Nações Unidas (EFE).- Israel matou um em cada 50 membros da agência da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) durante a guerra na Faixa de Gaza, detalhou nesta quinta-feira o secretário-geral da ONU, António Guterres, em declaração por ocasião da homenagem anual aos funcionários da ONU mortos em conflitos em todo o mundo.
Dos 168 membros da equipe da ONU (militares, policiais ou civis) mortos em todo o mundo em 2024, a maioria, 125, servia na UNRWA. Esse é “o maior número de mortos na história da ONU”, afirmou Guterres.
“Alguns foram mortos enquanto entregavam ajuda humanitária, outros com suas famílias e outros enquanto forneciam abrigo aos mais vulneráveis”, acrescentou.
Guterres frisou que os funcionários da ONU em meio a conflitos “não buscam reconhecimento, eles apenas buscam a mudança e, quando o conflito eclode, eles trabalham pela paz; quando os direitos são violados, eles levantam suas vozes”.
O secretário-geral disse que nem ele nem a ONU jamais aceitarão que o assassinato de agentes humanitários, médicos ou jornalistas “possa ser o novo normal em qualquer lugar, sob quaisquer circunstâncias”.
“E, embora possa parecer moda em certos setores criticar o multilateralismo – uma alusão velada a Donald Trump e a políticos com ideias semelhantes – e comprometer as contribuições financeiras, a dedicação de nossa equipe nunca estará em dúvida”, ponderou.
Guterres se referiu ao veto de ontem dos Estados Unidos a uma resolução do Conselho de Segurança para exigir que Israel permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Sem citar os EUA, ele lamentou que “as divisões geopolíticas mantenham o Conselho de Segurança paralisado (o que causa) enorme frustração em todos nós que acreditamos na legalidade internacional”. EFE